Por Giva Moreira
Em meados dos anos 80, o meu pai chegou em casa com um Telejogo. Era um vídeo game limitado, de gráfico tosco e de poucas cores, mas eu achei o máximo. Já no final dos anos 80, em Ipiaú city, nossa turma se virava com o que tinha: Brincadeiras de rua, banhos no Rio de Contas, passeios de bicicleta, quadrinhos, séries japonesas da TV Manchete, igreja e colégio... Basicamente era isso.
Em meados dos anos 80, o meu pai chegou em casa com um Telejogo. Era um vídeo game limitado, de gráfico tosco e de poucas cores, mas eu achei o máximo. Já no final dos anos 80, em Ipiaú city, nossa turma se virava com o que tinha: Brincadeiras de rua, banhos no Rio de Contas, passeios de bicicleta, quadrinhos, séries japonesas da TV Manchete, igreja e colégio... Basicamente era isso.
Mas tinha uma coisa que conseguia manter a galerinha toda reunida dentro de casa, estou falando dos videogames. Nos anos 1990, meu pai comprou um Atari, que veio com vários cartuchos: River Ride, Enduro, Polícia e Ladrão, PacMan, Space Invaders e outros mais. Os gráficos eram melhores e as mudanças de fase eram uma novidade que fazia você ficar muito mais tempo jogando e, consequentemente, mais tempo em casa, na frente da TV, segurando seu joystick, o que deixava nossos pais mais tranquilos. Vira e mexe a galera organizava até campeonatos lá na rua.
Tudo ia bem tranquilo até que um dia, um amigo me falou de um lugar diferente, na Praça do Cinquentenário, e ele dizia: “Você vai ver, Giva, lá tem cada jogo massa!”
Lá chegando, adentramos uma sala cheia de máquinas barulhentas, com meninos por todo lado. No canto, vi um garoto em frente a uma máquina grande e diferente das demais. Ele colocou uma ficha no equipamento, puxou uma alavanca que disparou uma bolinha que ricocheteava freneticamente. E, em cada parte que ela tocava disparava várias luzes, sinos por todo espaço dentro daquele painel. Os alarmes e luzes aumentavam e o garoto tentava fazer mais pontos cada vez que a tal bolinha se debatia no interior do brinquedo. Era um fliperama "pinbol" em ação. Já tinha visto em outros lugares, mas naquele dia foi diferente. Talvez pela atmosfera do lugar...
Imagem - Internet
Entrando no ambiente, dava para ver a sala dos fundos, onde ficava mais uma turma dividida em duplas, sentados em frente às TVs com modernos consoles (Mega Drive e Super Nintendo) e joysticks nas mãos. Em algumas delas os comandos por botões e alavancas eram fixos às mesas. Todos se divertindo com futebol e outros jogos que eu não conhecia. Na sala da entrada, aglomerados em volta de grandes cabines, mal dava pra ver o que acontecia. Quando finalmente consegui passagem pela sala lotada, pude ver um rapazote jogando algo que eu ainda não conhecia: Era o Street Fighter. Uau! Se eu já achava os gráficos do Atari bem melhores que os do Telejogo, imagine a sensação que tive ao ver, pela primeira vez, os personagens Ken e Ryu lutando, ali na minha frente, com aqueles gráficos de cores vibrantes e movimentação de luta com golpes lindos. E a cada personagem que surgia eu me encantava. Blanka, Guile, Bison, Dhalsim e cia. que o digam. Foi ali a primeira vez que escutei os famosos “Hadouken”, “Yoga Fire” e “Sonic Boom”.
Entrando no ambiente, dava para ver a sala dos fundos, onde ficava mais uma turma dividida em duplas, sentados em frente às TVs com modernos consoles (Mega Drive e Super Nintendo) e joysticks nas mãos. Em algumas delas os comandos por botões e alavancas eram fixos às mesas. Todos se divertindo com futebol e outros jogos que eu não conhecia. Na sala da entrada, aglomerados em volta de grandes cabines, mal dava pra ver o que acontecia. Quando finalmente consegui passagem pela sala lotada, pude ver um rapazote jogando algo que eu ainda não conhecia: Era o Street Fighter. Uau! Se eu já achava os gráficos do Atari bem melhores que os do Telejogo, imagine a sensação que tive ao ver, pela primeira vez, os personagens Ken e Ryu lutando, ali na minha frente, com aqueles gráficos de cores vibrantes e movimentação de luta com golpes lindos. E a cada personagem que surgia eu me encantava. Blanka, Guile, Bison, Dhalsim e cia. que o digam. Foi ali a primeira vez que escutei os famosos “Hadouken”, “Yoga Fire” e “Sonic Boom”.
A meninada vibrava junto a cada vitória que o garoto conseguia. Parecia final de copa do mundo. O rapazote jogava muito bem. Curioso, perguntei para um dos torcedores: Quem é ele? E a resposta veio de alguém que assistia ao show de habilidade: “É o Leo.” Até que, depois de muito tempo jogando e vencendo a máquina, o Léo finalmente perdeu, e o famigerado “Game over” surgiu na tela, a torcida aglomerada se desfez e ele foi embora.
Nesse momento a figura de um senhor de cabelos brancos, sentado à mesa, lendo jornal com uma cara séria, de poucos amigos, chamou minha atenção. Novamente perguntei: “Quem é aquele homem?” e meu amigo respondeu: “É o seu China. Pra jogar, tem que comprar a ficha na mão dele.” Avistei outro rapaz, bem mais velho que a molecada, que parecia tomar conta do negócio, era o Marcos, filho de seu China. Pronto. Bastava juntar alguns trocados que lá estava eu e mais alguns amigos jogando naquele estabelecimento. Ou, como a turma costumava se referir, a gente “corria para seu China”.
Lembro de uma cena que até hoje me faz rir. Dentre os muitos jogos disponíveis lá (Mortal Kombat, Super Contra, Golden Axe, Shinobi e cia.), o mais requisitado pela galera era o Street Fighter. O Léo estava numa maratona para zerar o jogo com todos os personagens do game. Naquela ocasião, ele estava jogando com a Chun-Li. Um dos golpes especiais da personagem era ficar de ponta cabeça e girar as pernas como um pião. Nessa manobra, o vestido dela caía e aparecia a lingerie. Foi naquele momento que ouvi um dos moleques dizer: “Essa Chun-Li é muito gata!” O riso foi geral. Bons tempos.
Máquinas da época
Nessa época também fui levado, por outro amigo, a um novo refúgio gamer, porque lá em seu China vivia sempre muito cheio. Em frente à pracinha, ao lado da Fundação Hospitalar, havia um prédio, e ao subir suas escadas vimos TVs conectadas a consoles da Mega Drive e do Super Nintendo. Um jovem controlava o tempo da galerinha que jogava no local. Era o Guto. Foi lá que zerei “The secret of Shinobi”, com meu amigo Josimar.
O Sr. Raimundo Dias dos Reis, o "Seu China", faleceu em Outubro de 2006, aos 63 anos de idade e o estabelecimento foi fechado logo em seguida.
Hoje resta na memória, os bons momentos que o fliperama do seu China nos proporcionou naquelas tardes juvenis de Ipiaú.
Umas das poucas fotos do local
Uma época da qual lembro até hoje com muito carinho. Mas jogar e ver os feras em “seu China”, desafiando e vencendo as máquinas no modo “difícil”, era realmente um show à parte.
Boas lembranças! Lembro de jogar as primeiras versões de Mortal Kombat com 6 duzia de personagens, no mega drive, lá nos fundos! Se não tinha RS, a gente se sastisfazia em ficar lá olhando os outros jogarem e aprendendo novos combos! Era um vicio! Que nostalgia. Valeu
ResponderExcluirVerdade Gazão! Tempo bom.😊
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